FanFic Sunshine

"Wherever you go, no matter what the weather, always bring your own sunshine" ~ Anthony D'Angelo

Desculpas...

Published by us. under on 07:10
Pedimos imensa desculpa por esta espera interminável e agradecemos imenso esse entusiasmo da vossa parte. Prometo que, em breve vamos publicar um novo capítulo.
Com muitas desculpas ;D

Published by us. under on 11:29

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Jacob estava ali, amparando o meu queixo nas suas mãos calorosas. Desde a sua chegada, momento esse alheio à minha consciência, o silêncio imperava deixando-me desconfortável. As únicas coisas que ainda me tranquilizavam eram o seu toque, o calor que brotava da sua pele e os batimentos ritmados do seu coração, tão presentes que tornavam quase impossível crer que se tratava de um sonho.
Jacob passou as mãos pelos meus cabelos num gesto que aparentava ser de despedida.
- Adeus… - Não me tinha enganado. Ele afastava-se, desvanecendo a cada passo, como se estivesse a ser consumido por uma espécie de névoa.
Uma pontada de dor surgiu ao aperceber-me do que se estava a passar.
- Não, Jake… - Tentei gritar mas a minha voz falhava.
Pareceu-me que tinha hesitado por uns meros segundos. Ele não queria ir, eu sabia. Porque estava ele a fazer isto? Tentei encontrar a resposta nos seus olhos mas no preciso momento em que levantei o olhar deparei-me com um horizonte vazio. Jacob desaparecera. Pior, Jacob abandonara-me.
Procurei por todos os recantos, desesperada por um sinal dele. Agora estava tudo frio e incolor. Aquela atmosfera quase me impedia de respirar.
Sentia-me incapacitada de sentir algo mais para além da dor, daquele sofrimento agoniante. Era como se a minha alma tivesse fugido agarrada a ele.
Desesperadamente perdida, gritei com o pouco que me sobrava de forças. Um grito aflitivo, vindo do recôndito do meu coração, ou do que sobrava dele.

**
- Ness! Que se passa?!
Era a voz de Jacob. Ao ouvir aquele som experimentei um misto de alegria, dor e até confusão. Pensei nunca mais voltar a ouvi-lo mas a sensação de que ele podia desaparecer de novo, mesmo não estando segura se a sua presença era real, assombrava-me. Não podia ser real, estava a enlouquecer, era a única explicação, a mais óbvia. Aquele momento, embora fugaz, fez-me sentir de novo o meu coração bater.
Senti as suas mãos agarrarem-me, o calor estava lá, era incontestável.
- Nessie, responde!
Cada vez mais me convencia que a sua presença era verdadeira. Já não conseguia distinguir aquilo que era fruto da minha imaginação daquilo que pertencia à realidade mas o timbre da sua voz não me permitia duvidar.
- Jacob? – Não fui capaz de esconder a urgência na minha voz.
- Estou aqui, acalma-te. Por favor!
Agarrei-me a ele mesmo sabendo que a sua presença era iminente. Perdi-me nos seus braços, deixando o seu calor aconchegar-me os sentidos e recompor o meu coração, desfeito desde aquele… sonho?
Desejava fundir os nossos corpos num só, assegurando a sua presença a meu lado para sempre. A minha alma já lhe pertencia, era irrevogável.
As lágrimas corriam-me pelo rosto. Era como se renascesse, sentia-me de novo eu, a Renesmee. O sufoco tinha acabado e o calor estava lá de novo, era isso que naquele momento valia a pena valorizar.
- Podes explicar-me o que se passa?! Estás bem? – A sua voz acalentava-me a alma, aquele pedaço de mim que, em certa parte, já não me pertencia totalmente - Dói-te o pé, é isso?
Embora continuasse consumida pelo medo inevitável de que Jacob se esfumasse a qualquer momento, uma espécie de humor surgiu em mim. Uma entorse no pé… Quão insignificante me parecia qualquer outro tipo de dor, física ou psicológica, comparativamente àquela a que fora submetida com um simples pesadelo.
- Tu… Abandonaste-me! – Tentei explicar, ofegante.
- Não Nessie, eu nunca te abandonei. Respira. – Acalmou-me Jacob, tomando-me nos seus braços e passando a mão pelas minhas costas. Olhei para o seu rosto agoniado. As lágrimas abrandaram ao sentir o calor das suas mãos a acariciarem-me o rosto cuidadosamente.
- Parecia tudo tão real…
Jacob sentou-se junto a mim e levantou cuidadosamente o meu queixo, de maneira a poder fitar-me. Estremeci ao contemplar a intensidade do seu olhar.
- Confia em mim, não passou de um pesadelo. Estou aqui e não te abandonarei Ness. – Garantiu-me, num jeito de promessa.
Apertei-o para junto de mim, repousando a cabeça no seu peito nu. Estávamos sentados, tão próximos um do outro que conseguia ouvir a sua respiração e o seu coração, quase tão acelerado quanto o meu.
- Prometes que não me deixas? – Perguntei, libertando-me dos seus braços, de maneira a poder interpretar a sua reacção. Notei que um sorriso se escondia nos seus lábios carnudos.
- Como se eu conseguisse estar muito tempo longe de ti – Suspirou, revirando os olhos. – Mas sim, prometo que não te deixo.
O seu sorriso fez com que o meu coração palpitasse rapidamente, uma reacção que já não me surpreendia…
- Uff, acabaste de me garantir mais anos de vida! – Confessei, já recuperada do meu sono perturbado.
- A minha presença é assim tão importante? – Perguntou Jacob, sorrindo, vitorioso.
- Hum, parece que sim… - Afirmei, sentindo o rubor a alastrar-se pelo meu rosto.
- Isso agrada-me. – Disse, com notória satisfação. – Mas há algo que ainda me agrada mais…
- O que é? – Perguntei, refugiando-me entre os meus caracóis, numa tentativa óbvia de esconder a face corada.
- A cor rosada que invadiu o teu rosto quando afirmaste que sou importante para ti. Combina bem com a tua pele sabes? – Disse ele, desviando as madeixas de cabelo que me caíam sobre a cara. Senti o sangue correr-me mais rapidamente nas veias, aquecendo-me ainda mais o rosto. Era uma sensação agradável, pelo menos até saber que Jacob reparara.
Tentei resguardar-me entre os meus cabelos de novo, mas as suas mãos impediram-me de o fazer.
- É pedir muito que não te escondas de mim? – Perguntou, com a sua voz doce, tão suave que não passava de um murmúrio, a afagar-me os ouvidos.
- Desde que não tenhas mais pedidos… - Respondi, tentando lembrar-me de como respirar. O seu hálito quente no meu ouvido provocava-me arrepios na espinha, avisando-me da proximidade dos seus lábios.
- De facto, estava a pensar dar-te oportunidade a ti agora…
- Queres que eu te faça um pedido? – Perguntei, numa tentativa falhada de não gaguejar.
- Bem, se tiveres algum… Estou disposto a ouvir.
O meu único desejo naquele momento era que a curta distância que nos separava se extinguisse. Os seus lábios, a tão escassos centímetros, anulavam todo o meu esforço investido na tarefa de não deixar o meu corpo ceder aos impulsos que me arrastavam em direcção a ele.
Aproximei o meu rosto dos seus lábios, tentando deixar transparecer a minha ânsia. Tudo o que menos queria era ter de verbalizar aquele pedido. Avancei lentamente, sentindo o calor aproximar-se.
Jacob encostou a sua cabeça à minha.
- Será que é pedir muito? – Perguntei, hesitante.
- Hum, parece-me justo…
O meu coração suplicava por um segundo de descanso.
- Não é uma obrigação, apenas um… pedido. – Quis esclarecer.
- Encara antes esse teu pedido como o único pretexto que eu arranjei para concretizar finalmente um desejo meu.
- Um desejo nosso. – Fiz questão de destacar.
- Como queiras. – Disse Jacob sorrindo

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Olá a todos, pedimos imensas desculpas pela dolorosa demora.  Estamos a fazer os possíveis para postar mais um capitulo.

Não desistam da nossa fic, há ainda muito para descobrir.
Com muitas surpresas e um grande beijinho+.+

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Published by us. under on 15:55
O som estridente dos travões da carrinha interrompeu a minha linha de pensamento. Finalmente tínhamos chegado. Jacob saiu apressadamente, correndo para me abrir a porta.

- Vamos, despacha-te! – disse, sorrindo de esguelha. Pareceu-me que tentava disfarçar a sua atitude briosa, falando daquele seu jeito alegre e despreocupado. Mas de algum modo eu conseguia detectar no seu olhar um laivo de incerteza que ele tentava camuflar. Ele estava receoso de quê? Tinha medo que Jacob não tivesse noção dos sentimentos que nutria por ele, do quanto aquelas suas atitudes se revelavam, para mim, uma surpresa agradável. No fim de contas, talvez soubesse ocultar o que sentia melhor do que algum dia imaginara. Mas não havia maneira de negar, a cada dia que passava ele se revelava mais e mais.
Só há uns dias é que descobrira a existência deste lado cavalheiro de Jacob. Sempre que o assunto remetia para ele, o pai fazia questão de afirmar que este se tratava de uma “criança em ponto grande”. Do seu ponto de vista, Jacob era um rapaz (se era esse o termo correcto) imaturo. Não havia maneira de concordar. Por muito que eu procurasse não encontrava indícios de imaturidade nas suas atitudes. É verdade que ainda tinha em si o entusiasmo típico de uma criança e um sorriso tão dócil que, qualquer pessoa que não conhecesse o seu passado, diria que nunca tinha sofrido. Não havia qualquer sinal de mágoa nas suas expressões. Mesmo quando o seu sorriso se desvanecia, era adorável a maneira como franzia as sobrancelhas negras.
Para mim, ele sempre fora uma espécie de irmão mais velho, sempre cauteloso e atento a todos os meus sentimentos e atitudes.
- Ness, acorda! – Gritou Jacob, assustando-me.
Ok, já estava a pensar demais. Típico.
“Vamos lá Ness, recompõe-te” pensei, encorajando-me a mim mesma.
- Desculpa – disse ainda atordoada – Estava a pensar…
- Em quê? – Inquiriu alegremente.
- Parece-me que estás a querer saber demais – retorqui, fazendo com que ele franzisse as sobrancelhas. Era àquilo que eu me referia! Era… adorável.
Ri-me, olhando para a sua expressão carrancuda.
- Vai deitar-te que o teu mal é sono! – Aconselhei.
- Pois vou Sra. Mistérios – respondeu sarcasticamente.
Entrámos em casa. Ainda me agradava mais estar ali do que em casa de Charlie. Esta era calorosa, acolhedora. O oposto da do avô. Já para não falar que transbordava do cheiro de Jacob.
Deixei cair o casaco sobre o enorme sofá da sala. Iria Jacob ficar confortável ali? Sentia-me mal por lhe ocupar a cama… Ainda tentei convencer o Billy a pernoitar no sofá mas tanto ele como Jacob se opuseram à ideia. Usaram o argumento do meu pé magoado. Já praticamente me esquecera da minha “lesão” mas sempre que eles se referiam a ela, sentia o pé latejar.
- Jacob, vê se emprestas uma camisola à Renesmee. – Disse Billy enquanto se dirigia à cozinha.
Demorei uns segundos a raciocinar. Não tinha pijama, visto que nada disto estava planeado. Ia dormir com uma camisola de Jacob que, provavelmente, me ficaria a boiar. Embora soubesse que iria ficar ridícula, a ideia agradou-me. Iria ser quase como dormir com Jacob a meu lado. Bem, faltaria o calor, o sorriso… Mas sempre era melhor que nada.
- Ness! – Chamou Jacob.
Virei-me, deparando-me com ele a rir-se com uma camisola sua na mão.
- Achas que isto te serve? É a mais pequena que tenho. – Gracejou, orgulhoso da sua estatura gigantesca.
"Parvo.”
- Claro que serve, de qualquer das maneiras é só um pijama! – respondi, da maneira mais bruta que consegui.
Jacob soltou uma gargalhada sonora e atirou-me a camisola. Não consegui evitar ser contagiada pelo som, e deixei-me ir, acabando por cair no sofá juntamente com ele de tanto rir.
- Desculpem interromper a diversão meninos. – disse Billy que acabara de sair da cozinha. – Vou deitar-me, têm ali comida, caso tenham fome.
Sentei-me rapidamente, assim como Jacob.
- Ok! Boa noite. – Respondi, sorrindo.
- Boa noite pai – disse Jacob, no meio de uma das suas gargalhadas.
- Até amanhã. E não se deitem muito tarde – despediu-se.
Ficámos em silêncio até Billy sair da sala.
- Bem, vai lá vestir-te e depois vê se te vens despedir de mim. Vai ser hilariante ver-te afundada na minha camisola – Disse Jacob, quebrando o silêncio.
- Ah, ah! – Entoei, mostrando que não achava piada nenhuma. Não sei muito bem para quê, visto que a reacção dele ainda piorava ao aperceber-se de que me estava a enervar.
Assim que ouvi as risadas dele, virei-me abruptamente e subi as escadas.
“Idiota. Eu não sou assim tão pequena!” pensei, fervilhando de raiva.
Percorri o corredor, decorado com imensas fotografias, até entrar no quarto de Jacob, o que não era novidade visto que desde que nascera que ali ia.
Estava tudo como de habitual, pelo menos à primeira vista. O seu mp3 estava ainda sobre a cama. Já tinha percorrido toda a sua playlist, algo parecida com a minha.
Assim que levantei o olhar do mp3, não pude deixar de reparar no pormenor de uma moldura na sua mesa-de-cabeceira. Aquilo não estava ali antes, o que me causou um súbito interesse.
Agarrei na moldura e observei-a. Era uma foto minha e dele. Não fazia a mínima ideia de quando tinha sido tirada, parecia recente. Estávamos os dois a sorrir um para o outro, algures na floresta perto de minha casa.
Observei o meu reflexo no vidro da moldura, tinha um sorriso estampado na cara. Pousei-a imediatamente, com receio de parecer ridícula.
“Bem, receio que tenha de vestir isto…” pensei, enquanto olhava para a camisola de Jacob. Um vestido, para mim.
O seu odor emergiu da camisola invadindo-me e fazendo com que, instintiva e inconscientemente, me agarrasse a ela.
“NESS!” avisou-me o meu subconsciente.
Num momento de lucidez enfiei rapidamente a camisola pelo pescoço e, sem sequer me olhar ao espelho, saí do quarto.
Desci as escadas vagarosamente. Jacob estava deitado no sofá a ver TV. Já temia pela sua reacção que, provavelmente, iria fazer com que me sentisse ainda mais ridícula do que naquele momento, embora não estivesse absolutamente certa se isso era possível.
Tossi, de maneira a avisá-lo de que já ali estava.
Rapidamente se levantou e senti os seus olhos a examinarem-me de alto a baixo. Não me dignei a olhá-lo sequer.
Estiquei os braços, em gesto de derrota.
- Aqui estou, ri-te lá. – Disse, tentando que aquele momento passasse o mais rápido possível. Não que me sentisse desconfortável, apenas algo estranha.
Perante o seu silêncio, levantei a cabeça e fixei-o. O seu semblante tinha mudado. Agora parecia sério e, inevitavelmente, preocupado.
- Que foi? – Perguntei, confusa.
- Nessie… - Disse, com uma expressão indecifrável.
- Sim…
- Estás chateada? – a sua preocupação era mais que evidente.
- Oh, não Jacob. Sinto-me ridícula, só isso! – Respondi, tentando apaziguá-lo.
Ele suspirou, olhando-me como se eu tivesse acabado de dizer uma imbecilidade.
- Não acredito. Por acaso já te olhaste ao espelho? Ficas tão… - Esperei pelo resto da frase, mas ele não a terminou. Limitou-se a abanar a cabeça e puxar-me contra si. - Consegues ser tão tonta, Ness.
Aconchegou-me nos seus braços e levantei a cabeça, de maneira a conseguir vê-lo. Os seus lábios esboçavam um terno sorriso, fazendo-me sentir protegida.
- Eu sei que sou uma tonta, mas…
Jacob pousou o seu dedo nos meus lábios.
- Sim, Ness. És uma tonta, mas és a minha tonta preferida. E hás-de sê-lo sempre. – Fez uma pausa. Todas aquelas palavras apanharam-me de surpresa. Senti-me cair mas o braço musculado de Jacob segurava-me pela cintura, impedindo que me acontecesse o quer que fosse. – Agora vai dormir, deves estar cansada.
O meu coração batia velozmente, impedindo-me de pensar. Estava completamente desnorteada.
Senti os seus braços a largarem-me lentamente, tentando manter-me equilibrada.
Impedindo que ele se apercebesse do meu embaraço, dei-lhe um rápido beijo no rosto.
- Boa noite. – Disse, com o pouco de voz que me restava.
Subi as escadas rapidamente mas não pude deixar de reparar na felicidade estampada no rosto de Jacob.
Inacreditavelmente, percorri o corredor sem me desequilibrar, o que seria normal, visto o estado em que me encontrava.
Lavei a cara e enfiei-me na cama. O cheiro de Jacob, entranhado na camisola, ao contrário do que esperava, fazia com que fosse ainda mais difícil adormecer.
Palpei a mesa-de-cabeceira, em busca do mp3, na esperança que isso me desse algum sossego. Assim que o encontrei coloquei os phones nos ouvidos. A música era suave. Coloquei a mão no peito tentando que os batimentos do meu coração sincronizassem com o som.
Poucos minutos depois, o meu coração já batia normalmente. Faltava ainda apagar as memórias que me impediam de fechar os olhos sequer, com medo que elas desaparecessem num momento. Era no mínimo ridículo mas receava que, tal como o meu pai conseguia entrar na minha mente, alguém mais o pudesse fazer e apagar todas aquelas recordações.
Sentia a alma inquieta, temendo que me roubassem aqueles instantes que apenas a mim me pertenciam. Como se tudo o que me alimentava a alma pudesse extinguir-se, matando-a lentamente. Tais pensamentos fizeram o meu corpo retrair-se. A vulnerabilidade da minha mente apavorava-me.
Os olhos pesavam-me e eu sabia que não havia maneira de os manter abertos durante muito mais tempo.
Olhei através da janela semi-aberta na esperança vã que o brilho intenso da lua me cativasse a atenção o tempo suficiente para aquele estado de exaustão desaparecer ou, no mínimo, diminuir. Má ideia. Ao depararem-se com tanta claridade, os meus olhos reagiram, fechando-se bruscamente.
Desprovida de qualquer outra hipótese e sem mais nenhuma réstia de energia rendi-me.

(ficamos à espera dos vossos comentários, esperemos que gostem :D)

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Depois de várias tentativas por minha parte de descobrir que surpresa era aquela de que Jacob falava, resolvi desistir. Fosse o que fosse, seria certamente bom. Em primeiro lugar porque vinha da parte de Jacob, e em segundo porque se notava entusiasmo na sua voz, tal como quando falara com a avó Esme.
Ainda tinha o telefone na mão quando a minha mãe entrou, de repente, no meu quarto.
- Renesmee! Vais assim vestida? – Perguntou, espantada. Segundo ela, eu era bastante vaidosa. Mas o que queria ela dizer com aquela pergunta?
- Assim vestida para onde? Ninguém me avisou que íamos sair! – Primeiro Jacob, agora a minha mãe… Já estava confusa o suficiente!
- Não estiveste ainda agora a falar com o Jacob? Pensei que ele te tivesse avisado! Vamos passar por casa do teu avô Charlie para cantar os parabéns ao Billy, já te esqueceste que ele faz anos hoje?
Então era isso!
Esbocei um sorriso ao pensar que estaria de novo com Jacob, era bom demais para um dia só. E quanto a Billy… Já falara com ele e nem me tinha dignado a dar-lhe os parabéns! Depois de tudo o que acontecera não conseguia pensar em mais nada. Teria de arranjar uma boa desculpa…
- Dá-me dois minutos e estarei lá em baixo! – Respondi, voltando à realidade.
A mãe acenou com a cabeça e saiu.
Corri para o armário à procura de algo para vestir. Com tudo o que acontecera nessa tarde era melhor estar prevenida.
Depois de alguma indecisão e alguma roupa espalhada pela cama acabei por vestir apenas uma t-shirt e uns jeans, escolhi uns brincos, penteei-me e só saí após ter verificado duas vezes no espelho se estava apresentável. Queria que todos os momentos com Jacob fossem especiais, e, apesar de ele nunca se ter queixado, queria estar bonita para ele.
Quando cheguei lá a baixo já estavam todos preparados à minha espera. Apenas a tia Alice ainda estava no sofá a escolher que sapatos levar. Bem, pelo menos não era a única!
No carro mal conseguia controlar os meus pensamentos, a minha ansiedade era tão grande. Era incrível a maneira como Jacob me fazia perder a cabeça.
- Ness, como está o teu pé? – o avô Carlisle salvou-me. Se ninguém me distraísse o mais provável seria perder-me nestes pensamentos que, do ponto de vista do meu pai, são repreensíveis.
- Sinto-me melhor, obrigada. – Respondi, sorrindo. Carlisle retribuiu-me o sorriso pelo espelho retrovisor.
Não passou muito tempo até chegarmos a casa de Charlie. Jacob esperava-nos à porta, com aquele seu sorriso caloroso… Por pouco me ia esquecendo que o pai estava presente. Que incómodo era ter de controlar os meus pensamentos, ainda para mais quando estava tão perto de Jacob.
Cumprimentei todos e, antes que me esquecesse, dirigi-me a Billy.
- Billy, parabéns! Peço desculpa por não lhos ter dado mais cedo mas com toda aquela agitação acabei por me esquecer, não foi por mal… - Disse, tentando mostrar-lhe que estava realmente a ser sincera.
- Não te preocupes, miúda. – Respondeu Billy sorridente, passando-me a mão pelos cabelos.
Assim que me afastei de Billy, reparei no meu avô, Charlie, sentado no sofá. Há já alguns tempos que não o via… Apesar de muito reservado ele era bastante meigo comigo. A tia Alice chegava muitas vezes a chamar-lhe “avô babado”.
Tinha várias memórias dele da altura em que ainda era pequena, sim, porque apesar dos meus apenas 6 anos de existência, agora, eu era tudo menos pequena. Lembro-me sobretudo do seu olhar maravilhado ao ver-me pela primeira vez, e, bem vistas as coisas, nada tinha mudado assim tanto. Sempre que me via, apesar de ter passado de uma pequena bebé a uma rapariga com aparentemente 16 anos, os seus olhos iluminavam-se.
- Avô! – Exclamei, correndo para o abraçar.
- Renesmee, estás tão crescida… - disse enquanto me dava um abraço desajeitado.
- Ao contrário de mim, tu pareces cada vez mais novo. – Brinquei, tentando afastar o assunto do meu súbito crescimento.
Charlie sorriu e prendeu os olhos à televisão, esquecendo-se de me responder, certamente porque a sua equipa marcara ponto. Suspirei, encolhendo os ombros, e assim que me virei deparei-me com Jacob quase encostado a mim. Aquele calor fez com que o meu coração disparasse. As memórias dessa tarde começaram a invadir os meus pensamentos. Por sorte, Edward estava distraído.
Contra a minha vontade, afastei-me lentamente de maneira a que o seu calor e o seu cheiro não me impedissem de raciocinar. Jacob riu-se silenciosamente ao observar a minha expressão desorientada. Será que ele conseguia perceber sempre o que eu sentia?
- Vamos apagar as velas, Billy. Não te escapas de ficar mais velho. – Disse Charlie, divertido.
- Desfruta enquanto é tempo, daqui a uns meses calha-te a ti. – Respondeu Billy num tom desafiador.
Reunimo-nos todos em redor da velha e gasta mesa que estava na cozinha. Apesar de bastante diferente da minha, aquela casa era acolhedora. Tinha um aspecto antigo, e, pelas histórias que a minha mãe já me contara acerca da sua relação com o pai, estava cheia de lembranças. Pensar em tudo o que já lá acontecera era algo que me fascinava, uma verdadeira história de amor…
Enquanto cantávamos os parabéns a Billy percebi que a tia Alice hesitara. O seu rosto mostrava-se mais pensativo que de costume. Olhei para o pai, em busca de alguma resposta. Estava certa que ambos falavam por pensamentos pois reparei numa troca discreta de olhares entre eles. Um dos benefícios de ser meio-vampira estava em poder concentrar-me em várias coisas ao mesmo tempo. Coisas em que um simples humano nunca iria reparar.
Após Billy ter soprado as velas e, como o avô Charlie fez questão de dizer, ficar oficialmente mais velho, a tia Alice saiu dizendo que estava a receber uma chamada. Quando voltou anunciou-nos que Nahuel e a sua tia se tinham perdido e o melhor seria ir procurá-los antes que alguma coisa acontecesse.
Tudo o que menos me apetecia era passar a noite fora de casa à procura de Nahuel e da sua tia. Mas parecia que não tinha alternativa…
Provavelmente ao ouvir os meus pensamentos, o pai hesitou.
- Acham necessário que a Ness venha connosco?
Pela primeira vez na vida estava grata por o meu pai conseguir ler a minha mente.
- Se o problema é não haver sítio onde ela dormir, sabem que podemos resolver isso. – Disse Billy, duvidoso da resposta do meu pai.
Edward lançou um olhar desconfiado a Jacob, e percebi pela sua expressão que estava prestes a vacilar.
- Acho que é melhor, tendo em conta o estado do pé dela… - Disse a minha mãe, salvando a situação.
- Estejam descansados, a Renesmee fica segura connosco. – Afirmou Billy, numa tentativa óbvia de acalmar o meu pai.
- Veremos. – Respondeu Edward, olhando ferozmente para Jacob.
Suspirei. Porque razão é que o meu pai não podia ser um bocadinho mais simpático para Jacob e controlar os seus instintos de vampiro?
Senti a mão de Jacob no meu ombro. Ele, mais do que ninguém, percebia o quanto a reacção do meu pai incomodava.
- A tua surpresa tornou-se ainda melhor do que eu próprio esperava. – Segredou-me Jacob, sorrindo atrevidamente.
Não respondi, ao ver Charlie aproximar-se. Não queria arranjar mais azáfama para os lados de Jacob.
- Bem, parece que já vão embora não é? – Disse o meu avô algo cabisbaixo.
- Parece que sim, mal deu para matar saudades… - Por um lado queria ficar na companhia de Charlie mais um tempo, mas a ideia de estar de novo a sós com o Jacob entusiasmava-me mais que qualquer outra coisa.
- Vê se me visitas daqui a uns tempos!
- Está combinado avô – Respondi. Custava-me deixá-lo, passava tão pouco tempo com ele…

**


Já no carro, Billy tagarelava com a vivacidade de um rapaz pequeno. Ninguém diria que "acabara de envelhecer" como Charlie havia dito a noite toda.
A cada metro que avançávamos, Jacob olhava para trás de maneira a verificar se eu estava bem. Sinceramente, já tinha perdido a fé de que a sua preocupação em relação a mim algum dia diminuísse. Na verdade, era uma das coisas a que já me habituara.
Estaria a mentir se dissesse que não gostava que Jacob se preocupasse comigo, eu gostava, muito. Mas certas vezes, (aliás, demasiadas vezes, tendo em conta aquilo a que o meu coração estava apto a suportar) a sua preocupação fazia com que ele sofresse e corresse riscos desnecessários...
- Estamos quase a chegar! - proferiu Billy, entusiasmado. Era incrível a maneira como ele conseguia ser tão animado e aberto connosco, depois de tudo aquilo por que já tinha passado.
- Parece que sim, já não era sem tempo... - Disse Jacob olhando para mim através do espelho, sorrindo e, como sempre, fazendo o meu coração acelerar. A cada sorriso de cumplicidade que trocávamos, mais eu ansiava por estar junto a ele. Sozinhos, sem ninguém a entrar na nossa mente a cada minuto, revirando-a em busca de pensamentos reprováveis.
Encostei a cabeça à janela, observando a paisagem à medida que pensava em tudo aquilo que tivera de esconder até ali. Longe da minha família, sobrenaturalmente dotada, tinha tempo para ser livre. Os meus sonhos podiam esvoaçar dentro da minha mente, os meus receios, e principalmente aquele sentimento imenso que sentia por Jacob. Como conseguia eu controlar algo tão grandioso, tão...real como aquele sentimento? Na verdade, não acreditava que o meu pai já tivesse entendido, mas sabia que não era de todo impossível. Talvez a minha capacidade de esconder o que pensava fosse extraordinariamente eficaz, mas não podia dizer o mesmo quando o assunto se tratava de sentimentos. Sentimentos... Era essa a minha fraqueza. E tendo em conta a história dos meus pais, tratava-se de um defeito de família.

Published by us. under on 10:43
Boas tardes :D
Pedimos desculpa pelo atraso do capítulo 2, falta de inspiração, sabem como é...
Entretanto, esperamos sinais de vida que provem que alguém lê a fic e que vale a pena continuar. Agradecemos todo o apoio moral :b
Obrigada!
(Já falta pouco tempo para o Lua Nova (finalmente) estar nos cinemas! )

Published by us. under on 14:54

Aqui fica a 2ª parte do Cap. 1. Esperemos que gostem :D



Capítulo 1 ~ Entre o Sonho e a Realidade
(Parte 2)


(Mais uma vez, perspectiva da Renesmee)
Um barulho vindo das árvores fez com que ele parasse. Apeteceu-me dizer-lhe para continuar, que ignorasse o resto, mas estava tão atordoada que não conseguia articular nem uma palavra.
- É o Edward! – Informou-me Jacob, que o reconhecera provavelmente pelo cheiro.
Não! O meu pai. Como é que iria conseguir pensar noutra coisa senão no que tinha acabado de acontecer?!
- Que se passa?! – Perguntou o meu pai, surpreendido ao olhar para o meu pé lesionado.
- Ela caiu e torceu o pé, estava a tentar convencê-la a deixar o Carlisle examiná-la… - Tentou explicar Jacob, que parecia tão nervoso quanto eu.
Senti o rosto a arder, o meu coração ainda não tinha recuperado. Provavelmente estava vermelha mas não queria pensar sequer nisso.
- Vamos levá-la daqui então! Onde tinhas a cabeça Jacob? – Disse o pai, rudemente.
- A culpa não é dele, eu não quero ir. Estou bem, juro! – Disse tentando parecer o mais convincente possível.
- Eu levo-a para casa, podem continuar a caça. – Jacob parecia sentir-se culpado.
- Não te preocupes, nós tratamos disso. Vai para casa, mais logo ligamos a dizer-te como ela está. – Disse a minha mãe, Bella, que apareceu um pouco depois do meu pai.
- Ok, fico à espera. E desculpem.
Despedi-me de Jacob e gradualmente foi aparecendo o resto da família. Emmett, contrariamente ao que eu lhe pedira, levou-me ao colo.
Quando chegámos a casa foi tudo mais difícil do que eu pensava. Nem ao ouvirem o avô Carlisle dizer que era apenas uma entorse me deixaram em paz. Odiava ter tanta gente à minha volta, desnecessariamente preocupada. Para isso bastava-me o Jacob. Além de que, com o meu pai por perto tinha que ser sempre muito cautelosa com o que pensava.
- Posso ligar ao Jacob? – Pedi, da maneira mais simpática que consegui.
- Nós já lhe dissemos que estás bem. – Disse o pai.
- Mesmo assim, quero falar com ele, posso?
Ele suspirou e deu-me o telefone, contrariado. Sorri e dei-lhe um beijo na bochecha.
- Obrigada, és o melhor pai do mundo! – Gritei, enquanto subia as escadas o mais rapidamente que conseguia, usando apenas um pé.
Já no quarto, digitei rapidamente o número de casa do Jacob.
- Sim? – Quem atendeu o telefone foi o Billy.
- Billy! Posso falar com o Jacob?
- Sim, espera só um momento.
Poucos segundos depois do Billy o ter chamado, ele veio ao telefone.
- Nessie? Como estás? – A ansiedade na sua voz notava-se a quilómetros.
- Jacob! Estou bem, eles ainda conseguem ser mais chatos que tu! – Brinquei.
- Queres com isso dizer que eu sou chato não é? – Ele alinhou na brincadeira.
- O que te parece?
- Parece-me que eu sou chato mas tu não consegues viver sem mim – Disse ele, divertido.
- Jacob Black, para além de chato és convencido!
-Bem, na verdade a tua mãe já tinha ligado a dar noticias - Disse quase a pedir desculpa.
-Não é preciso falares com esse tom de voz, eu não te mordo. – Consegui ouvir as suas gargalhadas sonoras.

-Às dez estás pronta? Tenho uma surpresa para ti! – Disse ele, deixando-me completamente perdida. De que surpresa falava?

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Boa leitura! Brevemente postaremos a Parte 2 :)



Capítulo 1 ~ Entre o Sonho e a Realidade
(Parte 1)


(Perspectiva da Renesmee)
Acordei exaltada com o som do despertador. Estiquei-me até à mesa-de-cabeceira ainda com os olhos meio fechados e rapidamente o desliguei. À medida que os meus olhos se habituavam à luz deixei a cabeça cair sobre a almofada. Olhei à minha volta. Realmente não tinha sido uma noite calma, os lençóis estavam praticamente fora da minha cama e a almofada estava no chão, lugar onde provavelmente passara grande parte da noite. Aquilo não era normal. Sim, é verdade que à velocidade a que crescia já nem esta cama se adaptava totalmente a mim. Por sorte, o tio Jasper já planeava construir-me uma maior. Mas mesmo assim… Não era normal acontecer-me isto. A última vez que acordara assim fora há bastante tempo, numa noite em que sonhei com o Jacob.
Era capaz de jurar que não tinha sido isso. Não, eu sabia que não tinha sonhado com ele… Mas, se tudo isto se devia a um sonho, que sonho era esse?!
Enquanto me debatia com este enigma ouvi os passos do meu pai a dirigirem-se ao meu quarto. Sentei-me na cama rapidamente e tentei livrar-me destes pensamentos esquisitos. O pai provavelmente iria chatear-me com isso o resto do dia se soubesse.
A porta abriu-se e ele sorriu.
- Bom dia filha, dormiste bem?
Por pouco não desatei a rir, o pai perguntava sempre isto mas desta vez era ridículo. Eu não tinha dormido bem, mas nem eu sabia porquê!
- Bom dia pai! Sim, dormi – menti, disfarçando um sorriso.
- Bem, eu e a tua mãe vamos caçar, ficas com a Alice e a Esme. O Jasper, o Emmett e a Rose também vêm connosco e o Carlisle está de serviço hoje.
- Tudo bem! Vou vestir-me e já me despeço deles, ok?
- Ok, mas apressa-te, eles estão a ficar esfomeados – disse o pai rindo.
Deu-me um beijo na testa enquanto me punha uma madeixa de cabelo atrás da orelha, como se adiantasse muito. Todas as manhãs os meus caracóis acordavam como se nunca os tivesse penteado durante os meus 6 anos de existência.
- És bonita, penteada ou despenteada. O que interessa? – disse o pai a rir-se do meu pensamento. Não é fácil ter-se um pai que lê mentes.
Saltei da cama e vesti a primeira peça de roupa que vi, neste caso era um vestido desportivo, prático para usar em casa.
Desci as escadas a correr e lá estavam todos eles à minha espera. Dei os bons dias a todos e dei um beijo a cada um. O pai tinha razão, mal me deram tempo para falar, saíram pela porta da frente.
Sentei-me com a Alice no sofá, a avó Esme estava a ler um livro numa língua estranha qualquer.
- Ness, sabes quem vem cá daqui a uns dias? – disse-me Alice entusiasmada, como de costume.
- Quem?
- Lembras-te do Nahuel?
Aquele nome era-me bem conhecido. Nahuel, o tal rapaz que era igual a mim.
- Sim, claro que lembro – respondi, pensativa.
- Ele e a sua tia, em princípio, vêm visitar-nos – afirmou Alice, hesitando pela minha reacção.
- Disseste, em princípio?
- Sim, Ness. Foi apenas uma visão, até lá eles podem mudar de ideias…
Não respondi. De repente tudo me começou a vir à memória. Nahuel, tinha sido com ele que tinha sonhado, tinha a certeza.
Estava tão absorvida nestes pensamentos acerca do meu enigma que nem dei conta da presença de Jacob.
Ele olhou-me com um ar preocupado, demasiado até. De certa forma já estava habituada à forma como ele me protegia e se preocupava comigo. Ainda não tinha compreendido muito bem o porquê de tanta inquietação a meu respeito. Jacob chegava a exagerar. Desde que eu nascera que ele não fazia outra coisa senão estar comigo. Não que eu não gostasse, muito pelo contrário. A presença dele era já indispensável para mim. A ligação entre nós era mais forte do que qualquer um podia imaginar, mas mesmo assim, havia pessoas que pareciam não achar muita graça à ideia. Por exemplo, o meu pai. Já o tinha ouvido, mais que uma vez, a discutir com o Jacob sobre mim. Sinceramente, não percebia qual era o problema da minha relação com ele. Não devia o meu pai estar feliz por saber que tenho alguém que cuida de mim? Sempre que perguntava a Jacob o porquê do meu pai o tratar assim ele mudava de assunto, como que para me proteger, mais uma vez.
Assim que o vi com aquela expressão tentei acalmá-lo, levantei-me do sofá e corri a abraçá-lo.
- Jacob! Não me disseste que cá vinhas hoje, não estava à espera desta surpresa! – tê-lo a meu lado fazia com que eu me sentisse sempre assim, feliz.
- Não venho sempre que posso? – disse Jacob, quase ofendido.
- Sim, eu sei, e ainda bem!
Abracei-o ainda com mais força e ele sorriu para mim, agarrando-me também. A minha cabeça dava por baixo do seu queixo, mas, ao contrário do normal, eu não me importava muito com isso. Fazia sentir-me ainda mais protegida, aliás, tudo nele me fazia sentir assim. O calor da sua pele, o seu sorriso, tudo.
- Vamos dar uma volta? – perguntou Jacob com aquele seu ar inocente, disfarçando um sorriso.
- Como se eu conseguisse recusar uma proposta dessas não é?
Ao dizer isto senti o coração dele bater um pouco mais rápido. Sentia-me bem ao saber que era tão importante para ele ao ponto de lhe causar reacções como esta.
Jacob afastou-se de mim com cuidado e dirigiu-se à cozinha, que estava praticamente intacta, visto que não a usávamos para qualquer outra coisa senão para manter a farsa, à procura de Esme que tinha começado a limpá-la devido ao pó que acumulava.
- Esme, posso ir com a Nessie dar uma volta? – Pediu, falando com o mesmo entusiasmo que um rapaz pequeno na noite de Natal.
- Por mim tudo bem, mas já sabes, cuida bem dela! – Respondeu com o seu ar maternal.
Subi para me ir calçar e enquanto tentava enfiar as botas que Alice me oferecera nos pés, Jacob entrou no quarto.
- Posso? – Perguntou satisfeito.
- Força – Respondi, mais concentrada nas botas do que propriamente nele. Não estava a conseguir calçá-las, o que me enervava profundamente.
Jacob ajoelhou-se e ao ver a minha cara irritada começou a rir-se sonoramente.
- Não vejo onde está a piada! – Exclamei, brutamente.
A minha resposta ainda o fez querer rir mais. Reparei que forçava os lábios para se controlar. Pegou na bota cuidadosamente e enfiou-a no meu pé perfeitamente, e à primeira vez.
- Não foi tão difícil quanto pensava – disse ele com um tom provocador.
Não respondi e limitei-me a lançar-lhe um pequeno olhar de ódio. Não sei onde é que ele arranjava tanta paciência para mim mas uma coisa era certa, era precisa muita. E ele tinha-a.
Estendeu a mão para me ajudar a levantar e colocou o braço por cima dos meus ombros.
- Vamos lá, pequena fera.
Não queria dar o braço a torcer mas a maneira como ele disse aquilo fez-me rir. Jacob sorriu e esfregou-me o cabelo com a mão, de maneira a despentear-me.
- Jacob Black! – reclamei, tentando ajeitar o cabelo.
Ele parecia cada vez mais divertido, toda a gente sabia que eu odiava estar tão despenteada. Dei-lhe uma cotovelada em forma de vingança.
- Desta vez mereceste! – disse, sorrindo gloriosamente para ele.
Descemos as escadas juntos, rindo. Alice estava junto da porta a olhar para nós enternecida. Ela era das poucas pessoas que me defendia quando o assunto era a minha relação com o Jacob.
Abriu a porta e o Jacob, como cavalheiro que é, deixou-me passar primeiro.
- Voltamos antes do sol se pôr! E sim, prometo que a trago inteira! – disse Jacob em tom de brincadeira a Alice, à medida que nos afastávamos.
- Divirtam-se meninos! – respondeu, fechando a porta.
- Onde vamos? – perguntei a Jacob.
- Bem, estava a pensar em irmos à floresta, que te parece? – perguntou Jacob à espera da minha aprovação.
- Por mim tudo bem! – Respondi. Para mim não importava realmente o sítio onde iríamos, desde que ele estivesse comigo. E provavelmente ele sabia disso.
Caminhámos juntos, entre risos e provocações. Era incrível a maneira como ele fazia com que todas as minhas preocupações desaparecessem. Gostava tanto dele…
- Em que estás a pensar? – Perguntou Jacob.
Assim que ele acabou a pergunta, apercebi-me que devia estar com uma expressão absolutamente patética.
- Em ti. – Respondi quase automaticamente.
Não! Eu não podia ter dito aquilo!
- Em mim? – Disse Jacob, agradavelmente surpreendido.
- Não, não era isso que eu queria dizer! Não é que eu não pense em ti, mas desta vez não era. Mas não… - assim que ia terminar a frase, em pânico, tropecei numa pedra e Jacob, embora tentasse, não teve tempo de me agarrar. Provavelmente estaria mais interessado na minha ridícula explicação.
- Nessie! Estás bem?! – Desta vez acho que Jacob tinha motivos reais para se preocupar, estava com imensas dores no pé, embora soubesse que não era nada grave.
- Eu estou bem. – Não queria que Jacob pensasse que era fraca.
- Nessie, vá lá! Diz a verdade, só assim te posso ajudar! Queres que vá chamar o Carlisle? – Jacob estava apavorado.
- Não te atrevas a deixar-me sozinha! – Supliquei.
- Só quero que estejas bem. – Disse, enquanto examinava o meu pé.
- E estou, enquanto estiveres aqui estou. – Expliquei, tentando sorrir, apesar das dores.
Ele levantou imediatamente a cabeça para me olhar nos olhos, será que ele duvidava daquilo que eu estava a dizer?
- Não precisas de fazer-te de forte, sabes disso?
Enquanto falava, aproximava-se de mim, acariciando-me o rosto. O seu calor atenuava as dores, à medida que ele se aproximava. Ele movia-se cuidadosamente, o que fazia com que a minha ansiedade fosse ainda maior. Não me conseguia mexer, limitava-me a esperar que ele se aproximasse. O meu coração batia mais rápido a cada centímetro que o seu rosto avançava em direcção ao meu.